"E quando silencio, teu amor me nina na canção das estrelas" (Sonya Azevedo)

 

domingo, 26 de outubro de 2025

Ventos em Fúria


Ventos em Fúria

Céu e mar em fusão co' a negrejante
Tormenta, isolam das mi' as turvas vistas
O perenal, que, sendo um alquimista,
Dá fúria ao vento, em grito lancinante.

O mar, co' o vento, faz-se em par dançante
E torna os nimbos seus protagonistas
Nessa apresentação tão anarquista,
Num palco aberto, em fúria horripilante.

Feixes de fogo riscam altos véus
Lançando brasas, brumas do conflito,
Enquanto o tempo bebe em seus troféus.

E eu, no porão de mim, absorto e aflito,
Sou grão de areia em meio ao escarcéu,
Que vê no caos um sopro mais bendito.

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