"E quando silencio, teu amor me nina na canção das estrelas" (Sonya Azevedo)

 

domingo, 26 de outubro de 2025

Ventos em Fúria


Ventos em Fúria

Céu e mar em fusão co' a negrejante
Tormenta, isolam das mi' as turvas vistas
O perenal, que, sendo um alquimista,
Dá fúria ao vento, em grito lancinante.

O mar, co' o vento, faz-se em par dançante
E torna os nimbos seus protagonistas
Nessa apresentação tão anarquista,
Num palco aberto, em fúria horripilante.

Feixes de fogo riscam altos véus
Lançando brasas, brumas do conflito,
Enquanto o tempo bebe em seus troféus.

E eu, no porão de mim, absorto e aflito,
Sou grão de areia em meio ao escarcéu,
Que vê no caos um sopro mais bendito.

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Receita de Poesia



Hoje, aurora me traz olor de bolo!
Bolo de poesia, é evidente.
Então, começo pelo ingrediente
E um soneto, disponho-me a compô-lo.

Separo, assim, as rimas, meu consolo
Nesta aventura dita entorpecente.
Tendo uma métrica, ora, sigo em frente,
Catando ritmo pra deixar carolo.

Com quatorze colheres, dessas médias,
Crio um enredo, uma tragicomédia,
Onde à saudade, a redenção, prometo.

Então, esquento o forno pras ideias
Assarem; logo, adoço com geleia
Real e o resfrio. Pronto, eis o Soneto!



segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Insânia



Hoje eu pensei em dar-te a imensidão,
Toda ornada de estrelas cintilantes,
A luzir mimos deste amor calmante,
Mostrando-me o sentir de um coração.

E do sabor de um beijo, essa ilusão,
No rubi desses lábios tão distantes....
Hoje eu pensei em dar-te a imensidão,
Toda ornada de estrelas cintilantes....

Então, ao vento, fiz-me em alazão....
Voei com as asas de ânsia de um amante
Ouvindo os sinos desse amor pulsante 
A livrar-me da insânia da paixão.
Hoje eu pensei em dar-te a imensidão.